Muitos foram os que através das artes se manifestaram em favor da liberdade. Foram esses que muitas vezes alegraram o povo não deixando que a esperança de ser livre se perde-se, nem deixando esquecer que o amor tudo pode.
Um dos artistas era o poeta José Carlos Ary dos Santos. Um talento impar para escrever poemas e canções. Valia a pena mostrar e ler mais Ary. É que na verdade, a sua sensibilidade ultrapassa em muito a sua conotação política. Leiam o poema em baixo e digam lá se dá para perceber se o amor é de direita ou esquerda...
Balada para os nossos filhos
Um filho é como um ramo despontado
do tronco já maduro que sou eu
um filho é como um pássaro deitado
no ninho da mulher que me escolheu.
Um filho é ver-se um homem prolongado
no mundo da verdade em que nasceu
um filho é ver-se um homem atirado
das raízes da terra até ao céu.
Meu filho minha vida és meu sangue e meu caminho
meu pássaro de carne meu amor
meu filho que nasceste do ventre do carinho
da minha companheira que deu flor.
João é um botão de cravo rubro
Joana é uma rosa cor de Abril
dois filhos que eu embalo e que descubro
e que sendo só dois podem ser mil.
Pois filhos do amor e da ternura
sendo de todos não são de nenhum
e não há no mundo coisa mais pura
que a gente amar em todos cada um.
José Carlos Ary dos Santos (cantado por Fernando Tordo)
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